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sábado, 13 de março de 2010

Alda do Espírito Santo - 1926/2010

Alda Espírito Santo, também conhecida por Alda Graça, nasceu na ilha de São Tomé em 1926 e teve a sua educação em Portugal. Frequentou a Universidade, mas teve de abandonar, em parte devido às suas actividades políticas, mas também por motivos económicos. Na então Casa dos Estudantes do Império conheceu e privou com Amílcar Cabral, Agostinho Neto, Mário Pinto de Andrade, Marcelino dos Santos e outras figuras do nacionalismo africano. Uma das mais conhecidas poetizas africanas de língua portuguesa, ocupou cargos de relevo no governo de São Tome e Príncipe. Foi ministra da Educação e Cultura, ministra da Informação e Cultura, Deputada e presidente da Assembleia Nacional. Exerceu o cargo de presidente da União Nacional dos Escritores e Artistas de São Tomé e Príncipe, em acumulação com a presidência do Fórum da Mulher. Dela escreveu a sua conterrânea e também poetisa Conceição Lima, num texto recente na revista África 21: “Alda Espírito Santo é igual à transparência da casa que a habita, a casa que nos habita. Pelos nomes próprios nos distingue e nos chama. 

Coqueiros e palmares da Terra Natal
Mar azul das ilhas perdidas na conjuntura dos séculos
Vegetação densa no horizonte imenso dos nossos sonhos.
Verdura, oceano, calor tropical
Gritando a sede imensa do salgado mar
No deserto paradoxal das praias humanas
Sedentas de espaço e de vida
Nos cantos amargos do ossobô
Anunciando o cair das chuvas
Varrendo de rijo a terra calcinada
saturada do calor ardente
Mas faminta de irradiação humana
Ilhas paradoxais do Sul do Sará
Os desertos humanos clamam
Na floresta virgem
Dos teus destinos sem planuras

É Nosso o Solo Sagrado da Terra

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