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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Bancos vão cortar no crédito para as famílias e empresas

O crédito barato chegou ao fim e até alguns bons projectos podem não ser financiados, disseram os banqueiros presentes no Fórum Banca do Diário Económico.
Preparem-se. O cinto vai apertar e é para todos. Bancos, Estado, empresas e famílias. O crédito fácil acabou e será seguramente mais escasso e mais caro nos próximos tempos. Com maior ou menor ênfase, foi este o ponto central do discurso dos líderes dos cinco principais bancos nacionais, que ontem participaram no Fórum Banca e Mercado de Capitais organizado pelo Diário Económico.
Já há algum tempo que o sector vem avisando para as maiores restrições no crédito trazidas pela crise financeira. A diferença está no grau que essa contenção pode agora assumir, tendo em conta o agravamento das condições dos mercados, as dificuldades no acesso a financiamento da banca e a posição de maior fragilidade de países como Portugal. As restrições poderão não ser só apenas uma maior selectividade. A banca pode mesmo ter de deixar de apoiar até os bons projectos.
O presidente do BPI foi o assertivo no alerta: "É fundamental que todos compreendam a situação; temos de ter consciência do problema porque, se não, não adoptamos as medidas necessárias". "O Estado, as empresas e as famílias estão muito alavancadas; e os bancos também, porque são eles que concedem o crédito", referiu. Face ao actual panorama dos mercados, Fernando Ulrich não tem dúvidas de que "o crédito vai ser mais escasso e mais difícil e temos de procurar dirigi-lo para onde for mais prioritário".
O presidente do BPI deixou também claro que, "enquanto os mercados não estiverem restabelecidos", o banco fará opções e terá mesmo de deixar de apoiar projectos que até podem ser rentáveis. O responsável explicou que o problema não está na liquidez, mas na adequação do financiamento das operações aos prazos. Ulrich defendeu ainda que, embora o seu discurso pareça mais "duro" que o dos seus pares, "estamos todos a dizer a mesma coisa, com tonalidades diferentes".
In  Económico On Line

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