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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Estado conseguiu colocar os 1.250 milhões de euros que queria

Portugal conseguiu colocar o montante total que pretendia no leilão de dívida pública que levou a cabo esta manhã. Foram colocados 1.249 milhões de euros (o montante indicativo era de 750 a 1.250 milhões).
O leilão era constituído por duas linhas de Obrigações do Tesouro, a quatro e a 10 anos. Foram colocados 650 milhões da linha a 4 anos e 599 milhões da linha a 10 anos.
A taxa de juro exigida pelos investidores baixou no prazo mais longo mas aumentou no mais curto, face aos últimos leilões.
No caso das Obrigações do Tesouro a 10 anos, a taxa média ponderada foi de 6,716%, o que compara com os 6,806%, pagos no leilão de Novembro. Já na maturidade mais curta, a taxa média ponderada da colocação atingiu os 5,369%, acima dos 4,041% registados no leilão de Outubro.
A procura foi elevada. Na maturidade mais longa, a procura foi 3,2 vezes a oferta, o que significa que a taxa de cobertura aumentou face ao último leilão (2,1 vezes). Na maturidade a 4 anos, a procura foi 2,6 vezes a oferta, ligeiramente abaixo das 2,8 vezes do leilão anterior.
Este leilão era visto como o teste aos mercados que poderia precipitar um pedido de ajuda externa por parte de Portugal. Os economistas previam uma subida da taxa de juro, mas as piores previsões parecem não se ter verificado.
No mercado secundário, a taxa das Obrigações do Tesouro a 10 anos estavam abaixo dos 7% antes do leilão, tendo chegado aos 6,9%, no entanto, depois da operação, as condições voltaram a piorar. Actualmente estão já nos 7,017%.
Analistas aplaudem resultados
«O leilão correu muito bem, a procura foi elevada e as taxas médias saíram até abaixo do que estava a ser negociado no mercado secundários», afirmou o gestor de dívida do Banco Carregosa à Reuters, acrescentando que «Portugal está a conseguir financiar-se nos mercados».
Para este especialista, «o mais importante é que continuamos a ter interessados na nossa dívida, o que significa que os investidores ainda acreditam em Portugal e, de certa forma, dá algum descano ao Governo». No entanto, sublinha, «as taxas ainda continuam altas».
Já o estratega do Credit Agricole, Peter Chatwell, considera que os resultados do leilão têm tudo o que os mercados queriam ver para acalmar os receios em torno da dívida dos países periféricos. «A compra de dívida por parte do Banco Central Europeu (BCE), que tem sido noticiada, teve provavelmente um impacto significativo nestes resultados», disse, ressalvando que «no que diz respeito à capacidade de Portugal se financiar nos mercados, a situação parece ter melhorado face a Novembro».
Mais cauteloso é David Schnautz, do Commerzbank em Londres, que sublinha a subida da taxa de juro nas obrigações a 4 anos e a elevada necessidade de financiamento de Portugal para os próximos meses.

Fonte: Agência Financeira

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