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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Nobel da Economia considera "ruinosa" taxa de juro do leilão da dívida pública portuguesa

Na apreciação que faz no seu blogue , Paul Krugman considera a taxa de juro do leilão da dívida pública portuguesa "pouco menos que ruinosa".
O governo português colocou na quarta-feira obrigações a dez anos com uma taxa de juro de 6,716%, inferior à da emissão anterior, que atingiu os 6,806%, tendo tido uma procura 3,2 vezes superior à da oferta, disse à Lusa fonte governamental. Na maturidade a quatro anos, a taxa de juro foi de 5,396%.

Esta foi a primeira colocação portuguesa de obrigações do Tesouro a cinco e dez anos desde que a Irlanda recebeu auxílio internacional.

O primeiro-ministro, José Sócrates, considerou a colocação da dívida "um sucesso, qualquer que seja o parâmetro pelo qual se analise".

O leilão foi "um sucesso na procura e um sucesso no preço, e isso é a melhor demonstração de confiança na economia portuguesa por parte dos mercados", sublinhou José Sócrates, à entrada para a Heimtextil, em Frankfurt.

No seu comentário, Krugman afirma que "considerar um sucesso a capacidade de Portugal colocar obrigações a dez anos a uma taxa de juro de 'apenas' 6,7% diz alguma coisa do profundo desespero da situação europeia".

O Nobel argumenta que, "se se pensar sobre a dinâmica da dívida, uma taxa de juro tão alta é pouco menos que ruinosa". Adianta, porém, que "não é, de facto, tão má como as pessoas estavam à espera na semana passada, daí o sucesso". Mas alerta: "Mais alguns sucessos e a periferia europeia será destruída."

No início do dia de quarta-feira, antes do leilão que se realizou durante a manhã, a Bloomberg citava o Financial Times alemão para divulgar que a Comissão Europeia e o fundo de resgate europeu estavam a preparar uma ajuda a Portugal que poderia chegar aos 100 mil milhões de euros se fosse necessária. Pormenorizava-se que a ajuda poderia ser disponibilizada muito brevemente, se o leilão da dívida registasse juros considerados insustentáveis.

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