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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Sabe qual é o banco com melhor reputação em Portugal?

A reputação da banca em Portugal baixou este ano face a 2010, muito por culpa da crise da dívida soberana europeia e da intervenção financeira da «troika» no país, indica o estudo Global Reputation Pulse 2011.
A CGD manteve este ano a liderança enquanto banco em Portugal com melhor reputação, apesar da ligeira queda, classificando-se como a 35ª a nível mundial, seguida pelo Montepio (56º.), que registou uma subida acentuada, pelo BES (85º.), com um avanço ligeiro, pelo BPI (124º.), que teve um recuo leve, pelo BCP (136º.) e Banif (141º.).
«A queda não é de estranhar dada as dificuldades por que passa o sector», salientou à agência Lusa Pedro Cabrita Carneiro, director-geral do Reputation Institute em Portugal, apontando para a crise da dívida soberana na Europa e para a ajuda internacional solicitada por Portugal ao exterior como as principais causas para a descida.
A tendência de recuo da reputação do sector bancário em termos mundiais também é visível nos últimos anos, por causa da grave crise financeira, mas de 2010 para 2011 a descida foi bastante inferior à verificada no caso português, revelam os dados deste estudo.
Em Portugal, entre os dez bancos avaliados, há seis portugueses, três espanhóis (Banco Santander, BBVA e Banco Popular) e o britânico Barclays, incluídos no estudo devido à sua representatividade em termos internacionais, explicou à Lusa Cabrita Carneiro.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD), o Montepio Geral, o Banco Espírito Santo (BES), o Banco BPI, o Banco Comercial Português (BCP), o Banif e as quatro operações portuguesas destes bancos internacionais têm, em conjunto, um Índice de Reputação Pulse médio de 57,7 pontos (face aos 61,63 pontos de há um ano), enquanto os 208 maiores bancos mundiais avaliados registam 60,6 pontos (-0,4 pontos do que em 2010).
«A reputação tem a ver com confiança e, apesar da queda significativa da reputação média da banca nacional, de uma forma geral, mantêm-se bons níveis de confiança», frisou o responsável do Reputation Institute, explicando que no mercado português as dimensões com mais peso na classificação são os Produtos e Serviços, Ética e Transparência e Inovação.
Certo é que, em 2011, interrompeu-se um ciclo de crescimento da reputação média dos bancos portugueses, que vem a ser medida desde 2009.

O que esperar dos próximos tempos?

«Com a incerteza que existe actualmente, seria preciso uma bola de cristal para adivinhar. Mas, com maior ou menor pressão, os bancos vão ter que se capitalizar de acordo com as normas estipuladas com a «troika», ou com outras suavizadas, porque não há outra alternativa», comentou Cabrita Carneiro.
E acrescentou: «É natural que haja tendência para uma maior desconfiança face aos bancos e à indústria financeira em geral. As pessoas são bombardeadas com muitas notícias negativas».
Por isso, sugeriu que os bancos portugueses apostem mais nas componentes da transparência e da ética «do que na oferta de taxas mais altas ou mais baixas».

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