O
governo japonês rejeitou hoje a nova regulamentação internacional de
proteção de cinco espécies de tubarões ameaçados de extinção pelas capturas
excessivas.
O Japão
vai emitir "uma reserva" sobre o reforço das regras, decidido pelos
178 países-membros da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies
Ameaçadas (CITES, em inglês), numa reunião em março, em Banguecoque.
Os
países-membros aprovaram, em sessão plenária, o reforço das medidas de proteção
do tubarão-de-pontas-brancas, do tubarão-sardo e de três espécies de tubarões
martelo (recortado, gigante e liso).
Mas
"para o Governo japonês, estas espécies devem ser geridas pelas
organizações de pesca existentes" e não pela CITES, explicou um diplomata
nipónico.
O Japão
tinha tentado, sem resultados e com o apoio da China, bloquear a votação desta
nova regulamentação em Banguecoque. As barbatanas de tubarão são muito caras na
Ásia, onde são consideradas uma iguaria.
De
acordo com a Organização Não-Governamental Traffic, o comércio de barbatanas
está avaliado em mais de 480 milhões de dólares por ano.
De
acordo com a Organização da ONU para a Agricultura e Alimentação (FAO), cerca
de 100 milhões de tubarões são mortos todos os anos.
A FAO
salientou que 90% dos tubarões do mundo desapareceram nos últimos 100 anos,
devido sobretudo à pesca. A decisão de Tóquio poderá desencadear uma
onda de protestos contra o Japão, cujo apetite insaciável por peixe e mariscos
é acusado de ameaçar várias espécies, incluindo o atum.
O
programa de caça às baleias japonês, oficialmente organizado para fins
científicos, é frequentemente criticado, uma vez que a carne das baleias
pescadas pelos japoneses termina nos mercados.
Fonte:
Jornal OJE
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