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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Montepio passa de lucro a prejuízo próximo de 300 milhões de euros

O resultado líquido do Montepio passou de um lucro de 2,1 milhões de euros em 2012 para um prejuízo de 298,6 milhões de euros no ano passado, segundo o relatório e contas que foi hoje divulgado na CMVM.
Isto, depois de ter reforçado as suas provisões e imparidades "numa dimensão muito elevada, para acomodar riscos de incumprimento e criar as reservas necessárias caso os riscos se materializem", justificou o presidente António Tomás Correia, na mensagem que integra o relatório e contas.
O documento foi hoje tornado público através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), já que será discutido na assembleia geral do Montepio, agendada para 29 de Abril.
Já no final do ano passado, numa entrevista concedida à agência Lusa, Tomás Correia tinha revelado que a entidade que lidera teria que assumir perdas de 250 milhões de euros em 2013 devido a incumprimentos em créditos à habitação e construção, pelo que apresentaria prejuízos históricos.
Esta necessidade de reforçar significativamente as provisões e imparidades surgiu depois das inspecções transversais levadas a cabo pelo Banco de Portugal às provisões e imparidades das carteiras dos oito maiores grupos bancários portugueses, entre os quais se conta a Caixa Económica Montepio Geral (Montepio).
E teve um "impacto muito negativo nos resultados do exercício de 2013" do Montepio, sublinhou a entidade.
As provisões e imparidades líquidas subiram 71,2% para 397,3 milhões de euros, mais 165,2 milhões de euros do que no final de 2012.
Já a margem financeira caiu 20% em termos homólogos, para 225,2 milhões de euros, com o produto bancário a recuar 12,3% para 477,7 milhões de euros.
O resultado operacional recuou 46,7% para 37,6 milhões de euros, ao passo que os gastos operacionais baixaram 5,5% para 340,1 milhões de euros.
O crédito a clientes ascendeu a 16,3 mil milhões de euros (uma ligeira diminuição face a 2012), enquanto os recursos de clientes cresceram para 16,3 mil milhões de euros, dos quais, mais de 14 mil milhões de euros em depósitos.
Ao nível da alavancagem, o rácio do crédito a clientes sobre os depósitos fixou-se nos 110,18%, abaixo dos 120,50% do final de 2012.
Em termos de solvabilidade, o rácio fixou-se nos 13,03%, com o rácio 'core tier 1' nos 11,01%.
Ao nível da rede de distribuição, o Montepio fechou o ano passado com apenas menos dois balcões em Portugal do que em 2012 (num total de 456 agências), com o número de colaboradores na actividade doméstica a reduzir-se em 44 trabalhadores para um total de 3.903 funcionários.
Em Angola, foram abertas mais quatro agências, para um total de 13 balcões, tendo o número de escritórios de representação permanecido estável nos seis escritórios.
Para 2014, as perspectivas da gestão do banco no que toca a resultados são positivas, com Tomás Correia a apontar para as previsões acerca da evolução da economia portuguesa e para os dados de exploração referentes ao primeiro trimestre do ano, que lhe permitem "antever uma melhoria e fundamentar a expectativa de resultados positivos".
Lusa/SOL

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