Desde que fiz 18 anos, sempre exerci o meu direito de voto (Eleições Presidenciais, Legislativas, Autáquicas, Europeias, Referendos...).
Vou votar, sustentando-me na utilidade desta União
Europeia, cujo actual modelo não é perfeito, mas é o único caminho que nos garante um futuro melhor, uma vez que a globalização é uma realidade insofismável e Portugal só tem a ganhar com essa união. Aliás como se tem verificado nestes últimos anos.
É verdade que permanecem
dramáticas assimetrias entre o norte e sul. É verdade que permanece uma trágica
discrepância entre o que os povos pensam e o que é feito, quer pelos
seus governos, quer pelos seus eleitos. Por isso mesmo se torna necessário e urgente votar nestas eleições. Porventura não naqueles que prometeram e não cumpriram.
A Europa não é unida. E nem podia ser...
Um continente com tantos e diferentes povos, com séculos de história, de desavenças, de guerras mundiais. Mas o desafio é exatamente esse. No essencial a Europa está unida. A União Soviética acabou e a maioria dos povos libertados querem fazer parte da Europa civilizada, que respeite os direitos humanos, a liberdade, a escolha dos nossos governantes.
O BCE, nesta crise que já dura há muito tempo, teve e continua a ter um papel importantissimo junto dos países da zona Euro. As taxas aplicadas são iguais para todos os países, diferente é o modo de atuação, nomeadamente a compra de dívida pública no mercado secundário dos países com mais problemas financeiros. E também a sua intervenção face ao risco de deflaçao que em termos económicos é muito mais grave do que uma alta inflação.
Nos últimos trinta anos, Portugal não andou para a frente.
Qualquer
que seja a questão nacional (cultura, educação, saúde, justiça,
economia, finanças, credibilidade das instituições, o estado de
depressão colectiva): Portugal está pior, pese embora a melhoria
de muitas das suas infra-estruturas, que agora ficarão vazias, entregues
ao abandono, num país que caminha para a desertificação, envelhecido e
deprimido.
Só através do voto faz sentido a
noção que temos da sociedade contemporânea de "participação
democrática", que deriva da possibilidade de os cidadãos poderem influir
efectivamente nas decisões que vão afectar as suas vidas.
Todos
sabemos que a democracia não se esgota em eleições, ainda que seja
precisamente nestas onde todo o cidadão, do mais rico ao mais pobre,
utiliza o voto como um instrumento activo, na finalidade de agir sobre a
realidade política.
Hoje vou votar, porque sei que isso é um acto útil, lúcido e que pode mudar o meu futuro.
E
ainda, porque o voto consciente, hoje em dia, é a melhor forma de
expressar o nosso apoio à democracia, à tolerância, à alternância de poder e ao respeito por aqueles que lutaram, sofreram, e morreram pelo direito ao Voto.
Noutros actos eleitorais, votarei sempre.